O ritmo das grandes metrópoles, hoje as mais acometidas pelo Covid-19, sempre foi frenético. Não há tempo para quase nada além de trabalhar, fazer reuniões, levar e buscar filhos na escola, plantões intermináveis, bater metas, cumprir horários apertados, seja qual for a sua profissão, trabalhar no limite.
E de repente, temos que parar. Como assim? É PARAR OU MORRER. E tudo se modifica. As prioridades são outras. Evitar aglomerações, cuidar dos velhos, e ainda manter a saúde financeira.
Nesse caos, como interagir com as pessoas? As visitas ficaram proibidas, os bares e restaurantes pararam de funcionar e a solução foi olhar para dentro de casa, em um processo de introspecção nunca antes possível. E qual a janela para o mundo então?
O Brasil é um país com uma população de 210 milhões de habitantes e o país conta com quase 150 milhões de internautas. Precisamos de maiores explicações? É a internet a atual janela para o mundo. E as mídias sociais nesse contexto tem um papel ainda mais fundamental. Com a presença ativa de grande parte desses milhões de internautas, essas mídias sociais desenvolveram um papel fundamental nessa pandemia.
Vemos grupos sendo formados por afinidade ou apenas por seguidores e amigos com relação de parentesco ou não. Existem milhões de pessoas que se conhecem apenas pela internet e passam mais tempo conectadas aos amigos que nunca viram na vida do que aos amigos com quem cresceram ou que sempre estabeleceram relações pessoais.
Para essas pessoas, a pandemia alterou pouco a sua rotina, uma vez que elas já passavam horas conectadas. Outras, no entanto, que se viram de uma hora para outra com suas atividades diárias interrompidas, se agarraram a essas conexões como forma de diminuir a sensação de solidão.
E é exatamente aí que voltamos a eleger a comunicação como a grade saída para os processos humanos. É através da interação entre um emissor e receptor que a mágica acontece. Evoluímos, crescemos e é através da comunicação que grandes barreiras são vencidas. Muros são derrubados, pontes são construídas, só através da comunicação conseguimos avisar ao mundo que acharam ou não uma solução para o coronavírus. Só através da comunicação que nos situamos em relação à realidade que estamos vivendo. Só através da comunicação resgatamos valores, nos sentimos vivos e parte de um processo onde todos temos responsabilidade.
Quando você sai de casa desnecessariamente se expõe e expõe todos ao seu redor. E é só através da comunicação que sabemos como nos proteger, como manter as nossas atividades essenciais e como proteger o outro, seja ele próximo ou não.
Não há dúvida, a comunicação, além de agente transformador e essencial para desenvolvimento das espécies, é também uma forma de, através de um esforço bem dirigido e sustentável, através das mídias sociais, diminuir a sensação de solidão que aflige o mundo.
Vera Lucia Rodrigues é jornalista, mestre em comunicação social e coordenadora de jornalismo na Vervi Assessoria, que há mais de 30 anos desenvolve projetos na área de assessoria de imprensa e comunicação social.